domingo, 19 de junho de 2011

Administração do time do Coritiba veta direito a meia entrada para professores e alunos.

Indignação! Esse é o sentimento que sinto agora que estou a escrever este texto.

Foi um domingo comum como qualquer outro, sol, crianças brincando, e uma tranqüilidade típica de um domingo de meia estação em Curitiba, mas essa paz acabou exatamente as 16:45 na bilheteria do estádio Couto Pereira. Não sou um daqueles torcedores que vão ao estádio com intenção de vandalismo. Também não sou membro de nenhuma torcida organizada que geralmente pratica a violência depois dos jogos do meu time. Sou apenas um pai de família com minha esposa e filhos querendo assistir a uma partida de futebol do time que torço, que no caso era o time visitante.

Como sempre, cheguei à bilheteria do estádio e pedi minha meia entrada, pois eu e minha esposa, sendo professores de instituições públicas e privadas do Estado do Paraná, temos direito a meia entrada conforme a lei nº 15.876/08, que assegura aos professores da rede pública e particular o pagamento de meia-entrada. Mas dessa vez não foi assim. Descumprindo a lei, com posição arbitrária e um ar de soberba fui barrado pelo fiscal das bilheterias que me negou esse direito. A principio achei estranho e voltei a explicar que o que estava apresentando era uma RPA (recibo de profissional autônomo), que caracteriza e comprova o vinculo empregatício com a instituição em que leciono, e mais uma vez fui estupidamente cortado e não pude concluir meu passeio em família de domingo.

O funcionário do clube foi claro e disse que eu precisaria apresentar a “Carteira funcional” para que pudesse ter o beneficio assegurado. Depois de ser barrado, voltei para casa com minha família e fui procurar o que a Lei diz, veja o que o Artigo 3º dessa lei realmente descreve:

LEI Nº 15876 - 07/07/2008.
Publicado no Diário Oficial Nº 7757 de 07/07/2008.
Art. 3º. A condição prevista no artigo 1º, para o recebimento do benefício, deverá ser feita mediante apresentação do comprovante de vínculo empregatício com a instituição de ensino e documento oficial de identificação.

A lei não exige nenhuma carteirinha especifica, e sim um documento que comprove o vínculo empregatício com a instituição, nesse caso a RPA como um documento oficial serve! Apenas a caráter de informação, nunca fui vetado e nenhuma outra instituição usando esse mesmo documento.

Ficam minhas perguntas: Preconceito? Boicote? Ou simplesmente falta de preparo dos funcionários do clube? Será que fui barrado com minha família por não ser torcedor do Coritiba? Até onde vão meus direitos? Até onde o clube tem poder para negá-los? Até onde o clube tem poder para manipular quantas pessoas da torcida visitante estariam presentes no jogo? Não importa. O que realmente importa é que fui vetado de meu direito, e isso não esta correto.

Ainda tentei conversar com o fiscal das bilheterias para explicar o que era uma RPA, pois pensei que o clube que até não muito tempo atrás, vendia ingressos ao preço de uma lata de achocolatado para todas as pessoas, sem se preocupar com quaisquer tumultos que poderiam acontecer, e que aconteceram, poderia vender meia entrada conforme a lei. Tive um momento de esperança, de que esse mesmo clube não vetaria minha entrada, até porque, o preço que iria pagar pela minha meia entrada daria para comprar no mínimo umas 15 latas do mesmo achocolatdo. Tudo isso sem contar que meus boletos de faculdade também não foram aceitos, outra categoria que me garantiria meia entrada. Mas meus direitos não foram concedido, descumprindo assim a lei Nº 15876 já citada.

Espero que medidas sejam tomadas, e que os funcionários do clube tenham uma melhor capacitação, para o atendimento das pessoas de bem que querem apenas apreciar um entretenimento. Não estou pedindo esmolas, mas apenas quero meus direitos garantidos!

Que sejamos conscientes e paremos para pensar até onde os preconceitos e fanatismos podem nos levar? Queria poder estar finalizando esse manifesto com elogios ao clube e a administração do estádio, mas infelizmente hoje não é o que posso dizer, pois a realidade é outra.

Com muita tristeza e indignação
Jonathan Anchieta
Professor e Aluno
(Duas categorias que me beneficiariam com a meia entrada)

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